quarta-feira, 7 de julho de 2010

garoto

Tô com raiva! Sim, e muita! Você me vem assim, do nada, out of the blue! Me vem cutucando a ferida, fazendo cosquinha nos meus sentidos pra depois ficar assim, indiferente!?
Sabe, você nem existia pra mim, garoto, você era um zé ninguém, ou pior, você era só mais um! Igualzinho a todos os outros! Eu não via nadinha de mais em ti, rapaz, muito pelo contrário, te achava tão sem sal, nem te notava...

Até o dia que você deu o sinal de que, de alguma forma, me notou e que, vai saber como, as nossas discrepâncias aparentes chamaram-no a atenção. Daí, dos teus sinais pra cá, eu fiquei a gradualmente notar o teu passar, a me dar conta da tua silenciosa e distante existência. Teus brincos já não me pareciam tão ridículos, nem as tuas roupas... até teu sorriso, sei lá, pareceu-me mais doce. Tua voz, assim... senti uma vontadezinha de ouví-la mais de perto. E isso foi crescendo, sabia? Você me dirigiu a palavra e eu fiquei a me perguntar por que diabos você tinha feito isso, e por que motivos continuava. Por curiosidade, deve ser por curiosidade.. eu pensava. E isso virou certeza, menino, e tal certeza foi sendo cultivada pela continuidade dessa coisa toda que eu gostaria que fosse mais complexa, mas que a cada dia se mostra mais simples e efêmera.

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