quarta-feira, 7 de julho de 2010

(continuação)

Tenho raiva pois, de todas as maneiras que me são permitidas, te procuro. Com toda humanidade que me transborda, eu te quero. Com toda paixão que me é despertada, eu te espero... Mas depois bate uma vontade de não-mais... sabe? Te vejo nesse mundo pelo qual eu nunca me interessei nem tenho a mínima vontade de adentrar.. O que, paradoxalmente, é diretamente proporcional à vontade de você.

Me desperta uma curiosidade de ver suas reações do lado de cá... Queria te trazer pra mim. Queria te mostrar o ser humano além-corpo, o ser doido, louco, poeta. O artista, a míséria e o mistério que há em cada um. Queria te mostrar a arte daqui, a poesia daqui. Queria arrancar do teu peito tudo o que tens de interessante, tudo o que tens para extravasar... Toda loucura, transformá-la em poesia, em ímpeto. Queria conversar noites adentro e estradas afora, perguntar-te sobre essa tal filosofia que te interessa, fazer você cantar tuas paixões. Nessas mesmas noites, te confundir em mim e, nessas mesmas estradas, me perder em você. Queria, garoto, te levar de carro pra qualquer lugar que tenha sol e, no caminho, cadenciar versos sobre as ideologias que lhe inundam, compartilhá-las contigo ao som de algum rock'n roll... ou às cenas de Fellini.

Queria te presentear com alguns versos de Pessoa, de Vinícius... Só pra ver se você se encanta como eu. Só pra ver se eu me encanto (mais) por você.

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