quinta-feira, 29 de julho de 2010

sobre a tal felicidade de quando a tua paixão me inundava...

Agora percebo. Me encontro numa oscilação entre essencial e efêmero. Entre sentimento e razão. Entre passado, presente e o que deve ser feito nessa busca de felicidade. Afinal, o que é digno de felicidade? É de direito ou é algo a ser recebido em troca de outro algo? É preciso mesmo tempestade antes do sol? E tristeza derretida em lágrimas antes do sorriso? Tudo, pois. Percebo que procuro a beleza em suas variadas formas e em cada detalhe, como se isso me nutrisse e desse mil razões e sentidos para viver; e não é aquela beleza da superfície, do efêmero, é aquela beleza verdadeira, É a procura pela essência. É meu incosciente, meu instinto, farejando tudo aquilo que me dê forças e cada vez mais vontade de tudo... e a poesia dá. A arte dá. E, acima de tudo, o amor dá. O amor é a oitava arte, o amor é poesia e melodia juntas. É isso que nos faz ficar nessa contemplação danada de uma coisa tão grandiosa, complexa e indefinível. Percebo o quão pequenas tornam-se tais oscilações e questionamentos perto da completude suave e bonita que você me traz. E não seria isso felicidade?
eu quero falar do que é essencial, esse algo pelo qual a gente vive e nos bota de pé todo santo dia de manhã. o que nos inspira, o que nos impede de sucumbir. quero cantar o que há de mais humano, mesmo que nós, integrantes da sociedade contemporânea, tenhamos nos esquecido do afeto, do toque, do respeito e da compaixão. E quero gritar aos quatro ventos palavras como estas, as quais misturam tanto ficção quanto realidade, tanto poesia quanto prosa. quero disseminar a essência humana. a esperança de que, mesmo que não possamos contagiar um mundo inteiro, podemos fazer sim a diferença se conscientizarmos quem está por perto e trabalharmos em prol de um benefício mais universal e menos individual.



(ai ai... nem sei)

A Menina que Roubava Livros

Terminar livros que gostamos é sempre um pouco doloroso. É dizer adeus a todos os personagens, a todas as palvras, metáforas e analogias nele contidas. Despedidas, como todos estamos cansados de saber, deixam sempre um rastro de tristeza. Por isso não ousei continuar virando aquelas páginas; por isso fingi não haver curiosidade, por isso a diluí em alguma desculpa esfarrapada que arranjei para pausar a minha leitura. Dormi.

 Então, sonhei. Sonhei com um olhar, eterno e intensamente terno, o qual paralizou-se em alguma página daquele livro que eu nunca mais abri. Sonhei com um acordeão e o velho Hans sentado ao lado da lareira tocando-o, fazendo as notas dançarem e botarem um tantinho mais de cor na vida daquele velho judeu e daquela menina. É, talvez a única vantagem de não mais tê-lo explorado - o livro - é que a menina que roubava livros fosse viver pra sempre.




Acordei. E em um não tão belo dia eu voltei a abrir o livro e o terminei. Depois disso, nunca mais pude sentir cada descrição do olhar do alemão mais doce que havia no Terceiro Reich; ou a maneira como as palavras saíam da boca de Liesel e caíam no chão. Mas, como tudo na vida há de ter um lado bom, aquele livro me deixou toda poesia quanto pudesse exalar. E foi assim, durante dias: eu a cheirava, a transbordava, a via e a sentia em todo lugar que eu ia. O lirismo com o qual uma Alemanha em ruínas era descrita, a suavidade com que um personagem caminhava por aquelas páginas e tocava seu acordeão... Ah, tudo isso assim, só pra mim, eterno quanto a tinta que desenhava aquelas palavras naquele livro que, um dia, eu tive a sorte de começar a ler.

domingo, 25 de julho de 2010

Guimarães Rosa

Infelicidade é uma questão de prefixo.






(simples assim; bonito desse tamanho)

Pra não sentir dor (T.B.)

[...]
A verdade é a frieza do mundo, é a podridão dos desejos, são as mentiras que a gente inventa para os outros e acaba acreditando. A verdade é que mais cedo ou mais tarde você será traído, porque todo mundo tem medo de viver a entrega. A verdade é que ninguém se entrega porque ninguém se tem. A verdade é que não estamos aqui, estamos em algum lugar seguro vivendo nossas vidas medíocres. A verdade é que todo esse perfume é vergonha de nossa essência, todas essas marcas são vergonha do nosso corpo, todo esse charme despretensioso é vergonha de nossas fraquezas. A verdade é que nada é inteiro porque até o inteiro para ser todo precisa ter seu lado vazio. A verdade é que não dá para fugir da dor, e eu continuo correndo, correndo, correndo e não saindo do mesmo lugar.


Tati Bernadi

sábado, 24 de julho de 2010

...

parece que as pessoas andam cansadas de se relacionarem. parece que elas andam com preguiça umas das outras, como se qualquer coisa que ultrapassasse o limite 'beijos e amassos' fosse ruim, impossível, melancólico. seilá, parece que elas buscam o dinamismo e buscam pertercer ao mundo sem se apegarem a nada, só à inconstancia que inunda esse nosso contemporâneo modo de viver. sei não... mas eu sinto falta daquele nosso amor, daquele nosso ócio de ficarmos deitados a noite inteira só curtindo aquele calor, usufruindo daquele sentimento que compartilhávamos tão forte. agora tudo se resume a festas e 'baladas' e álcool, sempre em voltar pra casa com o corpo pulsando e o coração vazio. acordar no dia seguinte e não sobrar nada, só o amanhã,. só a perspectiva de mais uma noite com novas pessoas que nunca mais veremos. sim, resta-me a arte, resta-me a cor, a música.. mas e o encontro? e o abraço? cansei! cansei desse vazio, dessas pessoas vazias... cansei desses beijos de simbologias efêmeras, cansei de ver pessoas irem e virem tão depressa, tão ligeiras... quero o contato de verdade, quero conhecê-las por inteiro... quero alguma coisa que faça valer com o tempo, quero algo digno de lembrança.. quero dar esse sentido à minha existência, quero transferir essa vontade a tudo à minha volta.. quero que as pessoas se apaixonem de novo, quero que elas se impressionem novamente umas com as outras... interajam de corpo e alma, que compartilhem dos mais primitivos sentimentos e voltem a dizer coisas bobas, sempre em nome do amor, sempre em abdicação da razão. quero abraços demorados e apertados e sentidos lá no fundo, lá na superfície, por inteiro, sabe? quero o encontro integral, o envolvimento visceral, a sinceridade de doar ao próximo o razão do sorriso...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

saudade de quando eu amava você

 diz:
 parei
 nao tenho tempo pra nada
 to trabalhando de dia, de noite e de madrugada
 me falta lembrar como é que é amar, manu
 me esqueci
 de verdade.
 vou dormir, pirar
 beijo, boa noite
 saudade de quando eu amava você.


Sai, vai... vá logo dormir. Eu rezei, pensei, pedi, implorei. Mas você continuou ali por longos segundos. Sabe, eu queria dizer sobre todas as coisas do mundo, todos os segredos; queria injetar em ti toda poesia que me fosse permitida; aqui, toma, todo amor existente no mundo tá dentro dessa caixinha, só é preciso girar esse mecanismo três vezes, ora pra esquerda, ora pra direita. Mas eu sabia que não podia, e essa minha incapacidade corroía. Minha compaixão foi insuficiente, me entorpeceu o raciocínio. Veio a mim a consciência de que nada disso poderia ser feito daqui praí; até poderia te falar dos meus dias de andar por essas ruas inevitáveis; até poderia te descrever a beleza rotireira do simples acordar e fazer o mesmo caminho de sempre. Mas isso não vem de mim, vem de você. A beleza vem de quem vê. E, pela humanidade que ainda te habita, Deus, Jah, os céus ou simplesmente a energia pulsante que é a vida por si só, te presentearam desde o dia em que nasceu com a poesia inevitável de ser Humano. Pois, involuntáriamente, meu amigo, você acaba de fazer poesia num metalinguístico desabafo.

(e isso é bonito... a sua saudade é bonita; lembra que os parnasianos já fizeram poesias com vasos sintéticos; lembra que os ultraromânticos já cantaram a morte, o pessimismo, a necrofilia; que os modernistas, subversivos, sem nem precisarem de muitos destrinches, versaram o cotidiano na sua mais simples e coloquial forma. Lembra que as vísceras foram sempre motivo prum verso; que as saudades, os amores, as flores, o sol, o asfalto, o jornal, a cerveja e as ausências, também. Quanto à vodka, experimenta um dia sem, só pra ver como pode ser o desapego; ou então, quando puder, abuse mais um tantinho, de levinho, e destile um pouco mais da poesia etílica que habitará a tua pulsação.)

As luzes passam, os carros passam, a cidade se desenrola na janela e meus pensamentos voam engolidos por ela; O movimento é que dá vida ao concreto; os dois juntos é que me avivam as ideias; ideias que passam rapidas demais, que me escapam em forma de palavra e as quais vejo formar poesia no emaranhado da ventania; sempre por detrás do vidro dessa janela que me separa do mundo; Sempre por detrás dessa face que separa o mundo de mim; sempre por detrás desses sentidos enclausurados nessas células e nervos e entranhas e vísceras que conectam e tangem minhalma e a realidade. E aqui, nesse pedaço de energia massificada, andante, navegante da realidade: flutuo tão só no espaço, tão eu, tão só mais um, tão completamente tudo no que se estende da eterna expansão do universo à enterna implosão da minha própria humanidade; eu, ser-em-mim, subordinado a esse corpo orgânico, limitado, fadado à fúria do tempo; eu, ser-em-si, submetido à infinitude dos meus pensamentos, condenado à liberdade que me faz integral e unicamente responsável por toda tristeza e toda alegria que possam me transbordar ou extravasar. Nós, todos nós: tudo é encontro, tudo é energia sendo transportada e transferida e compartilhada. Interação inevitável entre seis milhões de corpos doados ao mundo por um ínfimo intervalo de tempo.






(Cansada, no meio da multidão, reencontrei minha pequenez e me recompuz. E, no meio da vida, à mercê de suas inconstancias, senti novamente a beleza de ser leve. A beleza de deixar ser e de deixar descarregar-de-si todo peso que trazem os pensamentos e as vaidades - ainda que o desapego completo me pareça intangível).


sábado, 17 de julho de 2010

Mil vontades me inundam
Mas, não sei, não sei bem como distingui-las
Só sei que eu morro de vontade de dançar um tango
ou um samba suave contigo.

domingo, 11 de julho de 2010

sabe, mãe...

Hoje, essa sua loucura me doeu como há muito não doía. Hoje, as tuas palavras, esquizofrênicas, me tapearam a face como há muito não faziam. O peso delas pousou em meu olhar e, triste - o olhar -, ficou a relê-las como se fossem inéditas. Depois reteu-as e lá descansaram, na garganta, como mil nós. Sabe, mãe, há muito realmente eu não sentia meu corpo definhar por tua causa, há muito sinto-me anestesiada diante destas circunstâncias, tava vivendo a vida leve, como que tivesse esquecido, como que tivesse superado. Mas aí, nessa tarde de domingo, sentada no meu sofá deste mesmo domingo e de ressacas de dias sortidos, flagrei-me a lutar contra aquele áspero peso da tristeza, que desceu, apertou o peito e, juntamente com tuas palavras, 'borboletaram' pelo meu estômago. Ai, mãe, eu não sei o que fazer! E mal posso reclamar isso a ti... sabe!? Vejo você flutuar nessa sua realidade inventada, realidade de mesclas de passados, pessoas, fantasias... dá uma vontade de te sacudir, dá uma vontade de fazer-te acordar desse sonho! Tenho tanto medo do seu sofrer, tanto medo do desgaste do teu oscilante emocional que cambaleia por entre opostos em intervalos de tempo tão pequenos...! E eu fico aqui, a fazer nada, PN, niente! Sabendo que, mesmo que eu tentasse, diferença não faria. Pois isso é muito teu, é muito interno.. é tão abstrato, intangível... Acho que a psicologia me atraía por isso, sabia? Acho que eu achava que seria eu quem iria te desvendar de vez e diagnosticar esses teus devaneios... Mas, de tanto doer, desisti, larguei de mão, fui evadir-me nas artes, nas letras... achei meu modo de extravasar nas cores, na História, nos pré-socráticos, em Sartre. E fiz deles as minhas paixões, fiz de você a minha condição eterna, o meu aprendizado, a dor que ensina. Fiz dessa tua condição o roteiro de um filme: um daqueles cults de câmeras confusas, despedidas e muitos cigarros. Mas... poéticos!, profundamente poéticos e humanos! Fiz de ti Meu amor incondicional. Sei que em algum lugar, no filtrado das minhas lembranças, há alguma amargura em relação a essa coisa toda, mas simplesmente não tenho raiva. Esse amor não tá nem aí pra isso, aliás, ele é feito disso, dessas porradas que só o fazem maior, só o fazem mais forte. Sei lá, viu, mãe... você foi sempre meu maior paradoxo, dor e encanto numa pessoa só. Quando eu era pimpolha eu não sabia lidar, agora, modéstia à parte, fiquei super dez, craque, muito excrota mesmo na questão de conviver com esse fato, e eu tou bem, mãezinha! Se você soubesse o quanto eu aprendi! Mas.. é só que, vez em quando, nesses domingos silenciosos, nesses dias em que me afogo no edredom o dia inteiro, sei lá, quando você me vem com suas doiduras, sabe, me alembro de que, não há tempo que torne esse filme num filme feliz. Mas talvez haja vida, haja mudança que te dê um final tranquilo, que apenas frize a humanidade e a poesia que há em ti, que há na vida que lhe foi dada, mesmo ela sendo feita de coisas tão loucas, de altos tão altos e baixos tãos doídos. E é isso mesmo que eu desejo, muita paz..

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu, que tanto canto o amor;

Eu, que tanto o transbordo em minhas palavras;

Eu, que não tenho pra quem o dizer...

Me encontro num momento de profunda paixão pelo simples fato de ela existir... Amo o sentimento, mas não amo ninguém da forma como eu o proclamo.

(continuação)

Tenho raiva pois, de todas as maneiras que me são permitidas, te procuro. Com toda humanidade que me transborda, eu te quero. Com toda paixão que me é despertada, eu te espero... Mas depois bate uma vontade de não-mais... sabe? Te vejo nesse mundo pelo qual eu nunca me interessei nem tenho a mínima vontade de adentrar.. O que, paradoxalmente, é diretamente proporcional à vontade de você.

Me desperta uma curiosidade de ver suas reações do lado de cá... Queria te trazer pra mim. Queria te mostrar o ser humano além-corpo, o ser doido, louco, poeta. O artista, a míséria e o mistério que há em cada um. Queria te mostrar a arte daqui, a poesia daqui. Queria arrancar do teu peito tudo o que tens de interessante, tudo o que tens para extravasar... Toda loucura, transformá-la em poesia, em ímpeto. Queria conversar noites adentro e estradas afora, perguntar-te sobre essa tal filosofia que te interessa, fazer você cantar tuas paixões. Nessas mesmas noites, te confundir em mim e, nessas mesmas estradas, me perder em você. Queria, garoto, te levar de carro pra qualquer lugar que tenha sol e, no caminho, cadenciar versos sobre as ideologias que lhe inundam, compartilhá-las contigo ao som de algum rock'n roll... ou às cenas de Fellini.

Queria te presentear com alguns versos de Pessoa, de Vinícius... Só pra ver se você se encanta como eu. Só pra ver se eu me encanto (mais) por você.

garoto

Tô com raiva! Sim, e muita! Você me vem assim, do nada, out of the blue! Me vem cutucando a ferida, fazendo cosquinha nos meus sentidos pra depois ficar assim, indiferente!?
Sabe, você nem existia pra mim, garoto, você era um zé ninguém, ou pior, você era só mais um! Igualzinho a todos os outros! Eu não via nadinha de mais em ti, rapaz, muito pelo contrário, te achava tão sem sal, nem te notava...

Até o dia que você deu o sinal de que, de alguma forma, me notou e que, vai saber como, as nossas discrepâncias aparentes chamaram-no a atenção. Daí, dos teus sinais pra cá, eu fiquei a gradualmente notar o teu passar, a me dar conta da tua silenciosa e distante existência. Teus brincos já não me pareciam tão ridículos, nem as tuas roupas... até teu sorriso, sei lá, pareceu-me mais doce. Tua voz, assim... senti uma vontadezinha de ouví-la mais de perto. E isso foi crescendo, sabia? Você me dirigiu a palavra e eu fiquei a me perguntar por que diabos você tinha feito isso, e por que motivos continuava. Por curiosidade, deve ser por curiosidade.. eu pensava. E isso virou certeza, menino, e tal certeza foi sendo cultivada pela continuidade dessa coisa toda que eu gostaria que fosse mais complexa, mas que a cada dia se mostra mais simples e efêmera.

domingo, 4 de julho de 2010

olhar

Suas palavras quase nada me disseram; apenas agradeceram a forma como lhe retribuí o olhar. Os que deveras se comunicaram foram teus olhos. Senti-me engraçada quando me deparei com teu claro olhar me encarando direta e intensamente. Senti-me confusa ao tentar decifrá-lo tão incógnito. O escutei comunicando coisas mil, mas não soube discernir o que queria dizer exatamente; O percebi intenso, mas não soube medir o quão profundo me olhava. Admito, não foi teu olhar exato que me desconcertou, foi o modo como ele pousou no meu e, ao mesmo tempo, fascinou-me. Teus olhos, belos olhos, ficaram ali a me fitar na eternidade de segundos, numa curiosidade não de quem vê pela primeira vez, mas de quem vê depois de muito tempo. Teu sorriso também comunicou o que as palavras não ousaram; e meu olhar, recíproco, transbordou inevitáveis sensações que não conseguiram traduzir-se em expressão alguma; eram tão novas, que não iam diretamente à face; precisavam de um entendimento no meu mundo das ideias; O qual era impossível em momento tão efêmero. A intensidade tomou conta e o instante aconteceu;
 passou. O mundo voltou à sua cadência natural  e eu voltei a oscilar junto dela.

(aceitei teu convite; prometi que voltaria pra tentar decifrar-lhe novamente)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

solidão acompanhada

É que por vezes quando quero ficar sozinha, prefiro esconder minha solidão no meio da multidão a isolar-me fisicamente. Por isso é que sento-me em meio àqueles corpos exalando movimentos, conversas, teorias, conceitos e brincadeiras. Sinto-me melhor ficando ali parada, ali quieta, observando, sem dizer palavra. Escondendo minha humanidade na vaidade social alheia.

(No ir e vir de vozes e pessoas, me condiciono à alienação daquele espaço e momento, ao invés de apenas evadir-me de mim mesma em algum lugar vazio. Prefiro a solidão acompanhada.)

humanidade

Ser humano é guardar toda a fragilidade e toda imperfeição
da realidade, da história e do mundo
dentro de si mesmo.

Apostila III, História

É possível censurar a Arte;
É possível considerar a ideia de limitá-la
Mas jamais será possível baní-la por completo
Extinguir a Arte é tão pretensioso e impossível 
como querer extinguir a humanidade do Ser Humano.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

devaneio


Sabe? aí eu me confundo. Por que o fluxo natural das palavras é interrompido por algum tipo de racionalidade autocrítica que questiona sobre o quão sutil devem ser as palavras - ou não. Expressando certas irracionalidades em alguns versos, elas se camuflam... se disfarçam de verdades e, oh, céus! Eu sei lá o que querem dizer! O bom é que quando não fica implícito o suficiente, dá pra usar aquela desculpa de que é tudo culpa da poesia que quis sair daquele jeito, ou que ficaria mais bonito usando um amor inventado, e assim vai... É, isso! É só dizer que foi tudo sentimento inventado, tudo pela arte ou... fim.