domingo, 4 de julho de 2010

olhar

Suas palavras quase nada me disseram; apenas agradeceram a forma como lhe retribuí o olhar. Os que deveras se comunicaram foram teus olhos. Senti-me engraçada quando me deparei com teu claro olhar me encarando direta e intensamente. Senti-me confusa ao tentar decifrá-lo tão incógnito. O escutei comunicando coisas mil, mas não soube discernir o que queria dizer exatamente; O percebi intenso, mas não soube medir o quão profundo me olhava. Admito, não foi teu olhar exato que me desconcertou, foi o modo como ele pousou no meu e, ao mesmo tempo, fascinou-me. Teus olhos, belos olhos, ficaram ali a me fitar na eternidade de segundos, numa curiosidade não de quem vê pela primeira vez, mas de quem vê depois de muito tempo. Teu sorriso também comunicou o que as palavras não ousaram; e meu olhar, recíproco, transbordou inevitáveis sensações que não conseguiram traduzir-se em expressão alguma; eram tão novas, que não iam diretamente à face; precisavam de um entendimento no meu mundo das ideias; O qual era impossível em momento tão efêmero. A intensidade tomou conta e o instante aconteceu;
 passou. O mundo voltou à sua cadência natural  e eu voltei a oscilar junto dela.

(aceitei teu convite; prometi que voltaria pra tentar decifrar-lhe novamente)

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