sexta-feira, 29 de julho de 2011

Acontece que essa tal felicidade eu já nem sei

Acontece QUE
Meus sentidos já não me cabem hoje! Não mais... e espero que nem nunca mais...
Ou espero que algum dia, ainda possam.
Ou talvez, pensando bem.. não.
De qualquer forma, espero ao menos, amanhã, poder dizer
'... e não ainda me cabem! Não me cabem, tais sentindos, ainda e não mais!
Pois desde ontem é que eles me enlouquecem numa intensidade humanamente sem fim.'

Pois o encontro me apaixona a toda vez que acontece
e me arde toda vez que se mostra volátil.. tão volátil quanto tudo;
Tão efêmero quanto nada do que eu queria.
Tão palpavelmente real quanto nada deveria ser
mas como tudo o é.
Ou, ao menos, me mostra.

Refém de nossas criações, é isso que somos.

ACONTECE QUE
você vai se perder nessa coisa que você pensa ser
e nessa ideia de felicidade que você pensa viver.
Acontece que você se dará conta que era tão precioso e tão diferente em um encontro,
e você verá que nenhum encontro é igual e que existem pessoas raras, todos nós, aliás.
Mas existem pessoas numa combinação tão peculiar de aspectos
e característica e gostos, e existem combinações tais tão incomuns...
E um encontro bonito como aquele,  também raro em toda sua completude...
não deveria, mas foi
desperdiçado a preço de Escolha.


Acontece que o alcance é relativo e ele se dá por etapas tão interligadas umas as outras
que é impossível premeditar por completo coisa qualquer.
É natural, ação e reação;
já não nos cabe, é muito maior que eu e você,
é muito maior do que a realidade em si, pois ela mesma se reinventa
e perde as rédeas de si mesma;
cria vida, pois é constituída de milhares. 
Bem como aconteceu durante anos até desaguar nos tempos atuais,
exatamente como acontece nesse exato momento até que desaguará nos momentos futuros;
Os tempos passam e as histórias feitas por grandes ou medianos homens,
desatam a acontecer e a fugir do controle.

Até que desaguará na nossa própria decepção a menos que nos demos conta
das ilusões que estamos fazendo uso pra criar as coisas todas como são...
ou continuam sendo...
Bem como dos olhos que fazemos uso pra ver,
bem como dos filtros das representatividades que fazemos uso pra sentir.
Bem como o questionamento se torna vão, pois a cultura e os conceitos já estão tão impregnados
que ou renuncio ao encontro,
ou me adapto.

Acontece que o entendimento parece tão intangível diante das coisas tão aparentemente imutáveis
que nos perdemos nessa sede de ser tudo o que aparentemente devemos...

E nos perdemos nas saudades
pois desaprendemos a entender e abraçar o que existe por dentro. O que é real mas se torna invisível.
A verdadeira sede, o verdadeiro almejar...
Me esqueci o que desejo... é o que me dizem que devo desejar,
ou no fundo eu poderia realmente reinventar minhas formas de querer?
E nos parece que abraçar as possibilidades infinitas que o mundo nos apresenta
é sinônimo de juventude, liberdade, experiência e alegria.
Enquanto esquecemos das essências imutáveis que sobrevivem ao caos das criações contemporâneas, modernas
atemporais e seculares....

Eu só queria sumir do mundo de novo no escuro do seu quarto
e no calor daquilo tudo que traduzia o afeto.

Na saudade do amor
e não seria o amor o que restou de mais sublime? 
esse algo que incessantemente se faz necessário?
Porque é que foges, então? Do que é que foges, afinal?
não percebe que as relações se tornaram o caos que são diante dos tantos conceitos sobre tais?
Diante dos sensos comuns, das restrições às quais estão sujeitas? 
Nas quais nos embriagamos e confundimos
e forjamos sofrimento por uma dor que mal compreendemos?
Que forjamos pequenez diante do que realmente nos apetece?

nós é que atribuimos valores às coisas todas, e só.
Talvez meu desejo mais puro, agora,
seja esse que forjo subversivo a tudo que vejo
(e não seria isso estar vivendo, ainda assim, as coisas ainda impostas?)
Eu quero atribuir meus valores, e não lidar com os previamente postos...
e talvez aí eu encontre, mesmo que longe dos monges, essa tal completude, essa tal felicidade.


Ou não.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pra ter, pra ser de novo.


 Eu tão Bento, ela tão. Ela Capitu. Capitolina, menina, dos olhos negros feito jaboticaba olhos de vertigem, talvez ressaca.

Queria desenhá-la, descrevê-la em versos, em notas musicais, não sei. É verdade, queria alcançar a poesia que ela merece e traduzir toda cor que vejo, a cor nela e das palavras que ela fala. Gosto de ouvi-la falar e me sinto menino tão Bento perto dela quando ela diz. Por outro lado, tão Casmurro quando ela vai embora, e quando a minha meninice de Bentinho me rouba as minhas próprias palavras quando quero e tento dizer algo para que ela não vá e não consigo e ela vai mesmo assim. Ou quando a palavra amor vem à garganta e eu tão Casmurro contido tento sufocá-la pra ver se ao menos uma partezinha de mim continua intacta, protegida, longe dessa mulher que me apaixona os sentidos e me rouba o fôlego e o olhar.
 Como que conter a palavra Amor ou a frase Eu Te Amo fosse ainda me resguardar de um amor que eu já tanto sinto mas que o fato de ela não saber assim tão profundo  fosse me proteger de alguma dor futura e como se eu precisasse me sentir protegido e inteiro diante dessa mulher que me avassala pois se um dia ela se for eu vou enlouquecer, sei lá, eu não sei o que vai ser de nós, coração, juro que não sei pois juro que tanto procurei e só agora encontrei alguém tão mulher, tão poesia e tão diferente de tudo e todos e juro que não há nada no mundo que roubar-me-á o fôlego como a minha Capitu o faz, ah, tolo, coração, 

tola língua que esconde a palavra amor

mesmo eu  sabendo que caso um dia ela se vá justamente por não saber desse meu amor que tanto temo externar,
 vou enlouquecer de fato
e tornar-me-ei casmurro de vez.