domingo, 20 de junho de 2010

Pois bem, no ócio, a memória vem me sussurar algumas saudades, mas não dói não, bem, não dói mais. É saudade que dá vontade gostosa de chorar, e, por gostosa que seja, não choro, pois é vontade deveras danada e passa num instantinho. E, assim que passa, me vem ao coração uma certeza que me afaga de um tanto tão completo que me esboça no rosto um belo dum sincero sorriso: saber que um dia desses compartilhamos dessas tantas coisas que seres humanos sonham quando sentem vontade. Isso pra mim tem uma beleza que eu não conseguiria descrever! E, a partir das nossas despedidas, vamos vivendo de novo sem compartilhar mais nada, senão as lembranças. Vamos vivendo abraçados nas nossas certezas próprias, nas nossas artes e vontades individuais, que são bem mais palpáveis que aquele nosso antigo amor... Dançamos novas cadências de novos sambas e bossas, acompanhados de uma tranquilidade bem mais verdadeira que aquela na qual forçávamos nos envolver - e acabávamos por nos afogar.

(e nesse meu novo samba,
nessa minha cadência mais madura,
a melodia se propaga e me abençoa.
e agora eu danço mais, amor,
e vou continuar dançando.
vou sorrir, e dançarei sorrindo.)

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