segunda-feira, 21 de junho de 2010

de longe

Por culpa da incerteza de ir ou não, não sabendo se deveras vai, ou fica, você vai se multifacetando em diversas partes que larga no chão, tão divididas entre seus bons e velhos dilemas. E eu, quase sem perceber, te deixo mais uma vez. Vou caminhando para longe em passo leve - hesitante - e, distante, vejo-te sempre mais decidido, após a minha partida, ir-se arrastando por aquele velho caminho que sempre te leva até mim e que há tanto tempo faz. Deixa pra trás mais partes do seu ser, como migalhas de si que insistem em ficar, e eu as guardo pra mim. Guardo não apenas por antecipação da saudade, mas também, e com muito mais intensidade, pelo simples alívio de ainda te possuir de alguma forma. Sei que por amor próprio é que você se leva quase por inteiro. E que, igualmente por amor, deixo-te ir sem insistências, fico aqui assim, com o olhar tranquilo tentando ensinar o meu coração a ser mais paciente. E a gente se acomoda, meu bem - e você bem sabe... - novamente na preguiça de não tentar e na rotina descompromissada do 'não dever'.

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