domingo, 5 de dezembro de 2010

bento, homem, menino casmurro

     É que hoje eu sou um homem apaixonado e essa música me faz mais sentido. Hoje, a-pai-xo-na-do, paro para ouvir uma música qualquer bonita e ela me soa completamente real... é preciso desculpar-me pois irei escutá-la até que me faça sentir alguma completude perto da que ela me preenche, Ela, não a música.
Hoje, apaixonado, não um cara qualquer, mas um Homem. Não menino, ou jovem, Homem !! Sim, homem como Bentinho pré Casmurro proclamou aos quatro ventos após ser beijado por Capitu... pela primeira vez, Homem de verdade.
      E quando escuto essa música e ela me soa real e me sinto homem e tento encontrá-la e entender por que Ela, minha menina, e tento escrever pra ver se entendo melhor o por que Dela, de ser Ela, de Eu ser Dela, ou disso que me chamam de coração, me parecer pertencer somente a ela, Ah, coração, me diz! Tu sentes também? Me faz um chá, me conforta... ou eu é quem deveria? Tá precisando dalguma coisa? É, eu também. Também não sei, também sinto vertigem,
     E a vejo, a vejo lá no fundo desse poço que me causa vertigem.


    Imagina uma cena assim de um filme bem maluco... uma cena onde toca essa música, imagina a câmera cambaleando entre o olhar dela e aquele sorriso só dela. Primeiro os olhos. E ela pisca, e olha bem fundo na câmera e no olho de quem vê, e encanta. Um olhar que não apenas olha, mas encanta e causa vertigem, Daí, algumas luzes! coloridas, indiretas, ora ofuscam, ora revelam... E confundem, a câmera mostra uma mão, confunde um sorriso com um suspiro e uma mão que aperta uma outra mão e..  e os olhos dela novamente! Alguém a gira, alguém a segura pela cintura e a deita nalguma superfície macia, num lençol de chita, de retalhos, e a queda a diverte e a faz rir e ela dança, com as mãos, e sorri, semi-nua, ela sorri e chama aquele alguém sortudo que a olha e que de repente cai tonto ao lado dela... E as luzes se mesclam novamente o sorriso e os lábios e algum suposto beijo que confunde os olhos de quem vê,
     E tudo junto confunde o coração de quem sente, isso! Isso assim mesmo! Com a música bonita e as imagens cores confundidas provocando sinestesias e conforto nos olhos de quem sente. Ah, coração, eu sinto! Sinto e consigo ver os lábios dela sorrindo, os lábios chamando, os lábios e os olhos e a vertigem que tudo me chama e me causa, e eu sou aquele homem que desaba tonto diante dela
     e a música e eu homem, hoje, entorpecido embrigado diante dela tão mulher e eu tão menino. Eu tão Bento, ela tão, ela Capitu. Capitolina, menina, dos olhos negros feito jaboticaba olhos de vertigem, talvez ressaca. Queria desenhá-la, descrevê-la em versos, em notas musicais não sei, é verdade, queria alcançar a poesia que ela merece e traduzir toda cor que vejo, a cor nela e das palavras que ela fala,.. ela tem dessas manias de palavras elegantes que mal sei dizer, sei que gosto de ouvi-la dizer e me sinto menino tão Bento perto dela quando ela diz Por outro lado, tão Casmurro quando ela vai, e quando a minha meninice de Bentinho me rouba as minhas próprias palavras quando quero e tento dizer algo para que ela não vá e não consigo e ela vai mesmo assim Ou quando a palavra amor vem à garganta e eu tão Casmurro contido em mim mesmo tento sufocá-la pra ver se ao menos uma partezinha de mim continua intacta protegida longe dessa mulher que me apaixona os sentidos e me rouba o fôlego e o olhar sempre que passa, Como que conter a palavra amor ou a frase eu te amo fosse ainda me resguardar de um amor que eu já tanto sinto mas que o fato de ela não saber assim tão profundo me protegesse, me resguardasse de alguma dor futura e é como se eu precisasse me sentir protegido e inteiro diante dessa mulher que me avassala pois se um dia ela se for eu vou enlouquecer, sei lá, sei não, coração, eu não sei o que vai ser de nós, juro que não sei pois juro que tanto procurei e só agora encontrei alguém tão mulher e tão poesia e tão diferente de tudo e todos e juro que não há nada no mundo que roubar-me-á o fôlego como a minha Capitu o faz, ah, tolo coração, 
     tola língua que esconde a palavra amor
     mesmo eu  sabendo que caso um dia ela se vá justamente por não saber desse meu amor que tanto temo externar 
     enlouquecerei de fato e tornar-me-ei casmurro de vez 

2 comentários:

  1. poxa.. oq texto...eu tenho tanto pra falar..e ao mesmo tempo fico meio mudo rsrsrs.. primeiro quero agradecer por comentar no meu blog tbm.. e fico feliz que vc tenha gostado...o sentimento é reciproco, mas falando do texto agora.. eu sei que todos tem o seu jeito de escrever.. mas nossa perto de vc .. me sinto tão menino e vc tão mulher... rsrsrs...é sério.. fico fascinado como vc consegue detalhar com tanta naturalidade os sentimentos.. as sensações.. aodrei a referencia dos personagens de dom casmurro... bom só sei que estou adorando e me apaixonando pelo jeito que vc escreve.. parabéns de verdade...

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  2. arrasou, o inicio tã muito diferente da parte apos a frase 'Eu tão Bento, ela tão, ela Capitu'. mas ficou MUITO bom, principalmente a segunda parte. Acho que vc se jogou numa cena e nela foi levando com o vento e fez muito um texto de uma pessoa apaixonada. e isso mesmo. (y)

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