domingo, 30 de maio de 2010

menina

ela tinha cheiro de vinho, álcool e baseado.
dava pra ver o cansaço estampado no olhar. os quais, por sinal, prenderam-me a atenção.
gostei deles mesmo que cansados, vermelhos, de tanto esfregar. e que, mesmo assim, não deixavam escondida a expressão que emanavam, nem a tranquilidade que transbordavam.
gostei da sinceridade estética da pele sardenta, do emaranhar dos cabelos ao vento, da naturalidade dos lábios sem batom.

Aquela menina com seu jeito todo orgânico e humano de ser, o andar suave, a sutil oscilação dos quadris...
Sem medo das imperfeições mundanas, sem vergonha das marcas que a vida deixou na pele... Ela sorria um sorriso sincero, sem a pretensão de que todo mundo a estivesse olhando, isso, cara, me roubou a sanidade.

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