domingo, 24 de abril de 2011

uma porta pensamento

Era dia claro. Andava na rua feito o sol me causasse alergia. O céu que via agora nem parecia aquele que tempos antes de o sol se pôr no dia anterior, era de temporal e nuvens grotescas. O dia claro do qual falava e pelo qual andava na rua, fazia nele um céu azul azulzinho como há tempos não o era, como que o azul e a ausência de nuvens monstruosas e negreas rissem, agora, de nós.


No meio do caminho, em meio a um pensamento, interrompendo-o, havia uma porta. Armação de ferro, o resto de vidro. Vitrais; branco, azul, verde, rosa, tudo bem colorido, translúcido, porém, fosco, à medida que não se via concretamente o que havia do outro lado. Que dava para um outro lado dava. A questão era que tanta luz passava, tanta mas tanta, que tive a impressão de que a porta não levava ao interior de coisa alguma; era uma epifania que levava a si mesma, uma porta que levava para onde ela mesma se abria. Um pensamento confuso que à luz revelava, conclusão repentina, resposta encoberta pela própria pergunta.

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