domingo, 24 de abril de 2011

É de sutileza e brilho e luz que seus olhos me revelam

É cidade lá fora. Os resquícios das luzes de lá, a nossa pele é que absorve.

  os olhos não


Penso nos olhos. Vai saber o que enchergam de diafragma escancarado e de pálpebras lacradas. Penso na viagem da luz até aqui. Milhares de fótons, onda eletromagnética, energia pura. Chega em filetes pelo filtro da persiana. Finas faixas brilhantes que se moldam ao - e caminham pelo - nosso corpo, desenhando as minhas curvas às tuas mãos. Pele pálida à luz listrada, cor periódica, gato da Alice de luz e breu e formas humanas.

os olhos, agora sim
ouso abrí-los
Deixo ir o breu da visão 
breu tal que me era todo preenchida pelo tato e pela imaginação, 
Concretizo, enfim, ao abrí-los, a fotografia listrada das nossas peles juntas deitadas à meia luz
já é crepúsculo, e só me importa que é de ouro e pequenas faixas luminosas que o mundo se desenha
enquanto a gente finge dormir, enquanto buscamos recuperar um fôlego há muito ausente
ofegante e cansada, só assim

Te vejo por detrás e por entre duas faixas escuras que lhe delimitam o olhar. É de luz que seus olhos se revelam; e é tão bonita a tua retina refletindo luz direta, dá pra vê-la toda em detalhes, tudo bem orgânico; cor castranho claro toda pigmento, azão-azinho, receptores orgânicos de luz. Vai saber o que pensa por detrás dessa retina, sei que eu, bom, Penso assim: É de brilho e luz que seus olhos me mostram... Não me ocorre palavra para o que exatamente revelam, me eslcarece apenas uma pequena descrição falha pro que vejo... vem assim: tão sutil

Nenhum comentário:

Postar um comentário