segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pra ter, pra ser de novo.


 Eu tão Bento, ela tão. Ela Capitu. Capitolina, menina, dos olhos negros feito jaboticaba olhos de vertigem, talvez ressaca.

Queria desenhá-la, descrevê-la em versos, em notas musicais, não sei. É verdade, queria alcançar a poesia que ela merece e traduzir toda cor que vejo, a cor nela e das palavras que ela fala. Gosto de ouvi-la falar e me sinto menino tão Bento perto dela quando ela diz. Por outro lado, tão Casmurro quando ela vai embora, e quando a minha meninice de Bentinho me rouba as minhas próprias palavras quando quero e tento dizer algo para que ela não vá e não consigo e ela vai mesmo assim. Ou quando a palavra amor vem à garganta e eu tão Casmurro contido tento sufocá-la pra ver se ao menos uma partezinha de mim continua intacta, protegida, longe dessa mulher que me apaixona os sentidos e me rouba o fôlego e o olhar.
 Como que conter a palavra Amor ou a frase Eu Te Amo fosse ainda me resguardar de um amor que eu já tanto sinto mas que o fato de ela não saber assim tão profundo  fosse me proteger de alguma dor futura e como se eu precisasse me sentir protegido e inteiro diante dessa mulher que me avassala pois se um dia ela se for eu vou enlouquecer, sei lá, eu não sei o que vai ser de nós, coração, juro que não sei pois juro que tanto procurei e só agora encontrei alguém tão mulher, tão poesia e tão diferente de tudo e todos e juro que não há nada no mundo que roubar-me-á o fôlego como a minha Capitu o faz, ah, tolo, coração, 

tola língua que esconde a palavra amor

mesmo eu  sabendo que caso um dia ela se vá justamente por não saber desse meu amor que tanto temo externar,
 vou enlouquecer de fato
e tornar-me-ei casmurro de vez.

Um comentário:

  1. Eu confesso que, antes do seu comentário, eu achava que ninguém tivesse tido contato com o blog além dos amigos de quem eu peço uma opinião sincera sobre os textos. Foi uma surpresa muito, muito boa ler o que você escreveu, e eu entrei no seu perfil com a intenção de agradecer, quando eu tive outra surpresa muito, muito boa: você escreve! E escreve sensacionalmente bem. Então, pelo duplo assombro que você trouxe, nada mais justo que um duplo agradecimento: primeiro, pelo comentário e, segundo, pelo quanto ter descoberto seus blogs trouxe encanto ao meu dia. Tô arrepiada, sério. Incrível mesmo.

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