segunda-feira, 6 de junho de 2011

término

É uma pena, rapaz. Isso tudo é uma pena tremenda.
E essas frases prepostas são apenas uma síntese do que me preenche quando penso em você.

A gente se perdeu, boy. A gente perdeu algo precioso de nós ao longo do caminho. Pensando em tempos passados, parece mais que vi em alguma tela de cinema, vi de longe ou só idealizei o que vivi naquelas noites no telhado tão cinematograficamente reais. Até parece que o céu não se punha sobre as nossas cabeças, nem a lua, clara, iluminava-nos sutilmente o epitélio. Não parece nem mesmo que a cidade transcorria até o horizonte desenhada em pontos luminosos se fazia real diante dos meu olhos, parecia mais sonho... como que não fosse eu vivendo os primórdios das coisas todas. As premilinares do caos que nos tornamos. E pudera eu fazer delas as nossas maiores vivências, lembranças, sei não... Mas puderas eu, deveras, fazê-las mais reais do que as memórias todas que me ocupam os pensamentos. Pois tais resumem-se às recentes, caos e dor. 

'isso e ócio'

Convencer-me do contrário? 
Nem você poderia.
Aliás, duvido que palavra alguma de salvação, saudade ou partida possa romper essa membrana na qual você se esconde.
Súplica, perdão? 
Talvez.
Ou não.
Passionais, por mim, esvaziam-se diretamente ao papel essas palavras - as quais, um e outros tantos dias, dirigira-as a ti na esperança de qualquer coisa -, maculadas pelas ilusões todas e tamanhas do ego, e corrompidas pela natureza humana do mesmo.

Tendenciosas percepções.


Tais minhas, tais tuas. Incontáveis vezes, delas fizemos uso para proclamar a carência interna de coisas quaisquer. Insaciáveis em nós nos tornamos e insistíamos em buscar um no outro o preencher das lacunas.
Problema: não estavam vazias, mas deterioradas, corroídas. E talvez fosse desespero por demais assumir humildemente a podridão interna e, sendo assim, proclamar consciente e, coração adentro, a percepção da podridão tal;
assim, calávamos a autopercepção maquiada em sentimentos de cobranças. Nos sentíamos vazios e culpávamos um ao outro. Justificávamos que isso se dava devido a esvaziamentos mútuos, um ao outro através de intermináveis cobranças ... Nhaca, balela

Eu desesperava por tentar arrancar-lhe algo, 
expressão reconhecimento
enlouquecia ao te ver bloqueado, ainda assim
imerso, ainda tanto
Estagnado a ponto de que, no fim, por imensa tristeza sem já não conseguir esconder no semblante o sentimento, tapava os olhos inchados de dor com as mãos, tais na função de fronteira última da sua expressão e entrega. 

Lá a gente se despedia
e você ainda ausente, se escondia.

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